Reflexão

08-04-2020

Quando era mais nova e ainda tinha os meus mil nenucos, fingia sempre que era a mãe deles. Tinha sempre o meu preferido, e claro, era o que tinha o nome mais giro - Afonso - e cuidava sempre deles. Dava lhes banho, chateava a minha mãe para eles comerem à mesa, mudava lhes as fraldas e dizia sempre: Quando crescer vou ter 5 filhos!
Agora que cresci, esse pensamento continua comigo mas de uma forma mais responsável.
Quando a Ema nasceu, passado mais ou menos dois meses senti um desejo enorme de voltar a ser mãe.
O meu relógio biológico só podia estar a meter se comigo. Já?! Tão rápido?
Tinha o que mais queria nos meus braços, a minha filha e sentia um vazio dentro de mim. Como se faltasse algo e embora estivesse estupidamente feliz, não conseguia deixar de me sentir triste.
E sentia me culpada, como se a minha bebé, a bebé que passei 9 meses a sonhar, não fosse suficiente. E óbvio que não era nada disso!
Eu sabia que o meu corpo não estava preparado, sabia que não era o momento certo, sabia que a Ema precisava de toda a minha atenção e sabia que eu precisava de descansar.
Talvez tinha saudades de estar grávida, da atenção e dos miminhos. De sentir a vida a desenvolver se dentro de mim. Talvez fossem também as hormonas todas a quererem um tempinho de antena.
Falei sempre abertamente com o meu namorado a cerca destes desejos, que inicialmente começou por dizer que só queria um bebé, para no fim concordarmos com 3!
Mas acho que tudo depende do rumo das nossas vidas e estabilidade económica.
Para já, concentramo nos no melhor para a Ema e no melhor para nós.
Queremos sair desta casa onde vivemos e comprarmos uma nossa e depois sim, embarcamos outra vez nesta aventura que é a maternidade.
Não quero eu dizer, que com isto, não continue a ficar triste quando me vem a menstruação porque o desejo continua lá, mas sei que há prioridades e essa é a parte responsável e adulta.
Para já, somos os três a criar memórias bonitas e a aproveitar todos os segundos com a pipoquinha mais linda que tem agora 9 meses! 

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